impermanência

beatriz
2 min readAug 8, 2024

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então, vamos lá. se a CRISE é permanente, que se explique o porquê dela só ser percebida em intervalos. acho que é sobre não estar sempre atento a dentro, o que no fim é bom, porque existir em si sempre é trabalhoso, e cansativo. egóico demais. porém, o que preciso falar vai ter de sair, ou me sufoco e piora a sensação de crise. eu acho que não tenho conseguido mais estudar porque não tem espaço pra entrar nada, ao menos não enquanto outras coisas não saírem — da minha mente. ou sai de outros jeitos, com ações impulsivas e possivelmente autodestruidoras. como que a gente sabe se está saudável? quanto já pensei estar saudável e depois, retrospectivamente, vi que estava doente… a gente precisa do outro pra nos dizer isso? diz ele com que autoridade? um diploma? um diploma e uma especialização? se questionar é sinal de saúde ou de doença? me pergunto muitas coisas e tenho sentido, acima de tudo, uma confusão, que se baseia numa mistura de muito pensar e pouco sentir. ou pouco conseguir sentir de modo genuíno: parece que na hora de sentir, eu travo, bloqueio, encontro o vazio. hoje de manhã foi muito difícil escolher uma roupa; primeiro, porque não queria vestir o que tinha, segundo, porque queria vestir o que não tinha; terceiro, porque queria não parecer tanto uma menina; quarto, porque não sabia como parecer algo que não se vê nos olhos dos outros (quero dizer que não consigo me vez menos menininha porque sinto que é assim que os outros sempre me veem — como se faltasse um espelho capaz de me informar uma imagem de mim que corresponda a como posso querer me apresentar). tenho tanto a dizer.

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